Thursday, March 24, 2011

Guerra e Paz


Abrir o jornal é motivo de aflição em tempos como estes nos quais estamos vivendo. Páginas e páginas sobre pessoas desaparecidas, reatores nucleares derretendo e ameaçando iniciar o apocalípse, artigos sobre como as pessoas ainda tem esperança de reencontrar familiares, amigos, amores perdidos no terremoto e tsunami, escritos com a frieza e o senso de humor doentio que apenas jornalistas podem ter.
E eu fico pensando porque eu um dia quiz escrever pra jornais. Talvez eu até gostasse da idéia de ser uma defensora da verdade entre reporteres que vendem suas canetas a quem der mais. Mas eu acho que todas as pessoas, quando passam muito tempo entre dragões de comodo, acabam criando escamas e desenvolvendo bactérias mortais em suas bocas.
Eu abro o jornal e vejo as guerras no oriente médio, guerras de paus e pedras contra tanques e artilharia aérea. Eu me lembro das palavras de Einstein, que previu que a terceira guerra mundial seria de paus e pedras, apezar de eu saber que ele estava falando de outra coisa que não tinha nada haver com o que está acontecendo agora.
Eu lembro do dia no qual as torres gêmeas foram derrubadas. Eu tinha 11 anos, e foi a primeira vez na minha que eu comprei um jornal. Eu lembro da sensação que eu tive, a sensação de adrenalina correndo nas minhas veias. Eu lembro que eu pensei "finalmente, algo está acontecendo no mundo".
Agora eu acho que está acontecendo é coisa demais. A minha impressão do começo do ano 2000 era de profundo tédio. No mundo, na música, na arte. Eu lembro do meu sentimento de apatia diante te um mundo que era até então pacífico (ou pelo menos pacífico o suficiente para que eu, assim como a maioria das pessoas, não dava a mínima importancia pra os conflitos que existiam).
O problema é que para os Estados Unidos, o muito está pafícico demais também. E dinheiro estava sendo perdido. Armas precisam ser vendidas, elas tem data de validade. E afinal de contas, de que adianta ser a nação mais armada do mundo, se o mundo está em paz?
E então a inocência desesperadas de algumas organizações fanáticas, como o Taliban, fruto da pobreza do mundo árabe, do treinamento militar e da sede de sangue americano, que treinaram os afegãos em táticas militares durante a guerra fria, deram aos americanos o grande motivo que eles precisaram pra barbarizar com o mundo inteiro.
E Obama tem a descaração de ir ao Chile, em seu tour pela America do Sul, e declaram que o passado é passado, quando perguntado se ele iria se desculpar pelas barbaridas da ditadura de Pinochet que os estados unidos apoiou.
É muito engraçado que os americanos se achem os defensores da democracia, quando eles ajudaram a erguer inúmeras ditaduras de direita durantes os anos 60 e 70 na America Latina, quando eles apoiaram genocidas e tiranos que se diziam governadores de seus países.
Se os americanos querem encontrar os verdadeiros terroristas, eles só precisam olhar a própria imagem no espelho.

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