Eu moro em Salvador, uma cidade a beira-mar. Nasci e quase sempre morei em Salvador, a cidade a beira-mar. As estradas se guiam pelo desenho da costa e eu me guio pelas estradas e, mesmo assim, na maioria das vezes não olho para o mar que é lindo. Há vezes em que é verde-esmeralda, há vezes em que é azul-royal. Há vezes em que é um dégradé de azuis e verdes, há vezes em que se confunde com o céu de tão anil ou de tão cinzento.

O que importa é que é lindo e ilumina a cidade tanto quanto o céu azul.

Hoje eu quis ficar perto do mar como uma perdida quer achar a própria casa.
Sobre a areia da praia o céu estava cheio de nuvens, e mesmo assim o sol brilhava entre uma promessa de tempestade e outra. Nunca gostei de andar na praia, mas hoje andei como se estivesse voltando para casa. Obstinada, eu me tornei incansável.
E então, entre uma concha e outra, descobri porque o mar estava me chamando: ele queria se despedir de mim e eu queria me despedir dele.

Cada concha foi um adeus... para a areia morna que acaricia os pés, para o sol que esquenta e queima a pele de uma maneira tão deliciosa, para a imensidão azul que sempre guiou meus caminhos (e os caminhos dessa cidade), para a bahianidade, para a maravilha que é salvador.
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