Wednesday, September 28, 2011

um e-mail a Fred, sobre Shakespeare.

Ontem fiquei pensando em Shakespeare e lembrando de coisas e do nosso amor. Sábado vai ter uma apresentação de The Tempest, encenada pelos Actors of the London Stage e eu vou assistir. Queria ir com você. Eu queria, na verdade, era ver as peças de shakespeare como elas eram feitas no século 18... Nas casas de show magníficas do início do século 20. Mas não podemos.

Eu tenho raiva que não se tenham mais nenhuma filmagem fiel das peças de Shakespeare, com as falas em Iambic Pentameter, com roupas de época e lutas de espada... Pense bem, não temos nenhum filme descente das obras dele. É uma pena.

Mas enfim... eu também lembrei dos meus poemas favoritos de Shakespeare...

Soneto 116, nosso velho conhecido

Let me not to the marriage of true minds
Admit impediments. Love is not love
Which alters when it alteration finds,
Or bends with the remover to remove:
O no! it is an ever-fixed mark
That looks on tempests and is never shaken;
It is the star to every wandering bark,
Whose worth's unknown, although his height be taken.
Love's not Time's fool, though rosy lips and cheeks
Within his bending sickle's compass come:
Love alters not with his brief hours and weeks,
But bears it out even to the edge of doom.
   If this be error and upon me proved,
   I never writ, nor no man ever loved. 

Soneto 12, sobre como derrotar a morte (tendo filhos ou escrevendo... prefiro a segunda opção =)

When I do count the clock that tells the time,
And see the brave day sunk in hideous night;
When I behold the violet past prime,
And sable curls all silver'd o'er with white;
When lofty trees I see barren of leaves
Which erst from heat did canopy the herd,
And summer's green all girded up in sheaves
Borne on the bier with white and bristly beard,
Then of thy beauty do I question make,
That thou among the wastes of time must go,
Since sweets and beauties do themselves forsake
And die as fast as they see others grow;
   And nothing 'gainst Time's scythe can make defence
   Save breed, to brave him when he takes thee hence. 

e um que eu adoro, principalmente o começo: Soneto 18

Shall I compare thee to a summer's day? 
Thou art more lovely and more temperate:
Rough winds do shake the darling buds of May,
And summer's lease hath all too short a date: 
Sometime too hot the eye of heaven shines,
And often is his gold complexion dimm'd; 
And every fair from fair sometime declines,
By chance or nature's changing course untrimm'd;
But thy eternal summer shall not fade
Nor lose possession of that fair thou owest;
Nor shall Death brag thou wander'st in his shade,
When in eternal lines to time thou growest: 
So long as men can breathe or eyes can see,
So long lives this and this gives life to thee.


E depois que re-li esse poema, que toda vez que leio acho que é sobre mim (haha), lembrei que ele foi parte de uma coleção de poemas (do 1 ao 122, eu acho) que forma escritos para o Earl of Southampton... Que é o brother da cabeleira Joelma no filme Anonymous...

Earl of Southampton em pintura medieval.
A caracterização "Joelma" do Earl of Southampton
no filme Anonymous  (2011)
Daí eu lembrei do Soneto 20

A woman's face with Nature's own hand painted
Hast thou, the master-mistress of my passion;
A woman's gentle heart, but not acquainted
With shifting change, as is false women's fashion;
An eye more bright than theirs, less false in rolling,
Gilding the object whereupon it gazeth;
A man in hue, all 'hues' in his controlling,
Much steals men's eyes and women's souls amazeth.
And for a woman wert thou first created;
Till Nature, as she wrought thee, fell a-doting,
And by addition me of thee defeated,
By adding one thing to my purpose nothing.
But since she prick'd thee out for women's pleasure,

Mine be thy love and thy love's use their treasure.

Dizendo que o brother da cabeleira tinha feições femininas e admirando essas feições... e ainda por cima existe um tom de lamento pelo fato de que o cara tem o que balança... (é por causa desse poema e dos outros cento e poucos sobre o cara e as pessoas acham que Shakespeare era gay... acho válido... Tem gente que diz que ele (Earl of Southampton) é o "Sol" de Romeo e Julieta)

"But soft!  What light through yonder window breaks?  It is the East and Juliet is the sun!  Arise fair sun and kill the envious moon. It is the east, and Juliet is the sun"

Até porque geralmente o Sol é masculino, e a lua é feminino...

{PS: isso era um e-mail pra Fred, e continua sendo, até mesmo porque ele é o único que lê meu blog com certa freqüencia, como bom namorado. Mas eu quis postar aqui.}

Anonymous... or not.

Hoje na UT, ocorreu uma "pré-estreia" do filme Anonymous com a presença do diretor (Roland Emmerich), roteirista (John Orloff), um especialista em Shakespeare lá (que eu acho que foi o consultor histórico do filme, sei lá... esqueci o nome do cara tb, se não eu procurava no google qual é a relação dele com filme), dois professores muito bons da UT (inclusive minha professora de literatura inglesa da formação à renascença) e dois atores da Actors from the London Stage que estão em residência na UT por uma semana.






Sobre o filme tenho várias coisas a dizer. Primeiro, existe um motivo pelo qual todos os acadêmicos especialistas em Shakespeare atribuem as obras de Shakespeare a Shakespeare. Existem evidência para tal. Claro, as evidências não são 100% conclusivas, mas existem poucas evidências conclusivas de coisa que aconteceram há 500 anos e ainda por cima na idade média, onde reinava um caos total, principalmente entre a classe fudida a qual Shakespeare pertencia.

Não vou mentir, a história do filme tem seu charme e o filme em si só, e deixando de lado discussões sobre o que se tem prova e o que é ficcionalizado, dá até pra divertir, apesar de eu ter sérias críticas à caracterização de Elizabeth I, do poder dos Cecil sobre ela e de outras aspectos trazidos no filme...

Mas o mais assustador não foi o roteiro do filme, e sim a opinião do diretor, roteirista e o historiador lá que eu não lembro o nome. Eles de fato acreditam que a versão deles da origens da obra de Shakespeare foram na verdade escritos pelo Earl of Oxford, que o Earl era filho bastardo de Elizabeth e que eles tiveram um filho (que também era neto de Elizabeth) que se tornou Earl of Essex. Uma loucura completa. Porque se já era difícil esconder filho bastardo pra homens, imagina para uma mulher que fica lá com o barrigão dela na lata, que ainda por cima é a rainha e só vive cheio de perú ao redor... E o filme sugere que Elizabeth teve vários filhos, o que eu já acho meio que forçando a barra, afinal de contas não existe documento nenhum falando de filho bastardo de Elizabeth. O que existe é uma suspeita de que ela teve alguns casos, mas isso fica só na suspeita mesmo.






Enfim, a plateia não engoliu muito os argumentos do filme, e o escritor principalmente ficou irritadíssimo porque não saiu todo mundo do filme querendo cortar o nome "Shakespeare" de suas cópias do livro e colar Earl of Oxford por cima.


Enfim, aqui está o trailer do filme:


Sunday, September 11, 2011

sonhos e planos e dúvidas

Eu sinceramente não sei. O que faz de uma decisão melhor que a outra? Porque a Diana de agora, 21 anos, é melhor que a Diana de 14 anos?

Muitos dias eu acordo e penso que sou pior. Pelo menos eu me acho pior. Quando eu tinha 14 anos, o céu nem era o limite. Nem o universo era o limite. Eu era capaz de tudo. Eu sonhava tão alto, tão longe e meus planos eram tão mirabolantes. Onde foi que minha megalomania foi parar?

Para a maioria das pessoas que eu conheço eu já sou megalomaníaca o bastante. Para o que eu era, eu sou uma mera underachiever.

Uma vez meu pai falou que Goethe escreveu que a melhor coisas é trabalhar como adulto nas coisas que nós sonhamos em fazer como criança. Não lembro as exatamente com que palavras ele falou isso, mas esse foi o significado, ao menos pra mim. Agora, eu não saberia mesmo dizer quais foram as palavras de Goethe, nem o contexto.

Mas essa semana eu me lembrei da Diana de anos atrás, que de uma certa forma desapareceu, e de uma outra forma estará sempre viva enquanto eu estiver, e eu lembrei dos sonhos que eu guardava, dos meus tesouros, dos meus planos. Tudo isso se perdeu.

Será que o meu livro-panfleto da New York Film Academy ainda está em algum lugar na casa de meu pai? Foi Maggie que me deu este panfleto, quando vir morar nos estados unidos ainda era um sonho distante, um sonho impossível que eu ousava sonhar mesmo assim. Maggie sempre acreditou tanto em mim de graça. O que foi que ela viu em mim? O que é que a Diana de 14 anos via quando olhava no espelho?

Eu sempre quiz fazer filmes. Primeiro eu queria ser atriz. E nas poucas vezes na qual atuei em público, fui elogiada. Mas o mundo disse que eu era feia, gorda e baixinha para atuar e o mundo me ensinou que os atores são meros fantoches na mão do diretor e que o diretor apenas sonha os sonhos do escritor, mas que o escritor não é valorizado.

E me ensinaram que atriz, diretora ou escritora, minha vida ia ser uma merda. Que bom mesmo era ser engenheira, médica ou advogada. Que esse negócio de ser artista é sonho de americano, e eu não sou americana.

E congelada pelos medos, eu cresci. E sem saber o que escolher, eu escolhi o mais difícil. E depois que eu escolhi ficou tão difícil desescolher.

Mas hoje minhas decisões me entristecem, e eu me vejo querendo ser aquela Diana que leu o panfleto no New York Film Academy milhões de vezes, e que assistia todos os filmes que passavam na TV e no cinema, e que sempre queria ir na locadora, porque tinha mesmo era pouco filme nos 5 canais da HBO, mais 10 outros canais de filme, e que no cinema ela já tinha visto todos os filmes, os bons e os ruins.

Hoje o meu plano é escrever um livro enquanto me formo em Neurobiologia, ou Inglês ou qualquer coisa pra depois ir para a escola de medicina. Eu quero ser médica?

Não sei. Mais ou menos. Acho que um dia eu já me vi trabalhando no hospital, mas assim que eu fiz a decisão de começar a perseguir essa carreira, eu vi que eu tinha tanto a perder. Talvez eu prefira ser uma escritora faminta, uma cieastra que mora na casa do pai, uma atriz que só aparece em filme B e trabalha de garçonete pra pagar o aluguel.

Mas acima de tudo, eu acho que eu conseguiria. Eu poderia ser o 1%, o 0.1%, a próxima Tarantino, Robert Rodriguez, Scorcese. Eu poderia ser a próxima George Lucas.

Não?

Quem disse que não? Eu digo que sim.

E pra quem não sabe, a escola de RTF (Radio, TV and Film) é uma das melhores do país. Daqui saiu Robert Rodriguez (Diretor de Sin Cinty, El Mariachi, Machete, Sky Kids, etc...) e Marcia Gay Harden, que ganhou 1 oscar de melhor atriz coadjuvante por Pollock (2000).

Porque não Diana Leite? Porque eu estou com medinho? Porque eu decidi outras coisas e agora já era? Não sei. As vezes tenho vontade de fazer o que eu quero fazer. Esquecer os medos de falhar, esquecer o medo de voltar pra casa com o rabo entre as pernas, esquecer o medo de morar na casa do pai depois de velha. Se tudo falhar, vou ensinar muleque a falar inglês no ACBEU.

Que situação.

Não sei o que fazer. Eu odeio mudar de idéia. Eu já tinha decidido ir pra escola de medicina, mas talvez não seja isso o que eu quero. Aliás, cada dia que passa eu tenho mais certeza que não é isso que eu quero, mas ao mesmo tempo eu sei que se eu levasse esse plano a diante, estaria tudo bem.

Eu não quero tudo bem, eu quero meu sonho de 14 anos, e eu posso realiza-lo, não posso? Está tudo ao alcance das mãos. E não é a melhor coisa do mundo, fazer aquilo que sonhamos fazer quando era-mos crianças?

Sunday, September 4, 2011

novo projeto e meus planos malígnos para dominação mundial

Tive uma idéia para um novo projeto. Vou começar a escrever A SÉRIO e tentar escrever pelo menos 1000 palavras por dia. 30,000 palavras por mês, em menos de 2 meses já é um NaNoWriMo... Em 4 meses é um livro de 300+ páginas.

Tive uma idéia para história. Desenvolverei agora e espero escrever pelo menos minhas 1000 palavras de hoje. Não acredito nesse negócio de esperar pra segunda feira. Ainda digo mais! De terça a quinta, quando minhas aulas só começam as 11 da manhã (e quarta as 1 da tarde), espero escrever pelo menos durante uma hora antes de começar a me arrumar. Quantas palavras será que consigo escrever em 1 hora? Imagino que bem menos que 1000, mas farei meu melhor e completarei depois que voltar pra casa.

Claro que sei que tem dias que vou encher o saco, que não vou estar afim de escrever, que vou esquecer, etc... mas com tanto que a média de palavras seja mais ou menos alcançada a cada domingo, estarei feliz já.

Uma das coisas que pretendo fazer em conjunto com escrever é gravar vídeos ( que postarei aqui ), onde desabafarei sobre a dificuldade de seguir meu prazo auto imposto, como estou ocupada com aulas, o stress tá foda, etc... e também pretendo falar sobre a história e talvez começar a contar a história para a cama... quem sabe não consigo assim desenvolver mais?

Bom, este é meu game plan. Espero que dê certo pois pretendo ser uma autora publicada até antes de me formar (eu sei, esse plano é bastante pretencioso, mas quem não sonha alto já está começando errado, na minha opinião. "Aim for the stars". Acho que sempre pensei assim.

OK.

Começarei hoje.

PS: um adendo engraçado do que estou fazendo agora: Estou escrevendo isso aqui no banheiro porque minha mãe tem o sono mais leve do mundo e ela não consegue dormir com migo digitando "de maneira agoniante" na cama ao lado. Acho que a luz do mac tb iria atrapalha-la. Enfim, eu não tou com um pingo de sono agora (tirei um mega cochilo, e acabei sendo exilada ao banheiro. Pensei em ficar no corredor, mas...

Porque não? Acho que vou pro corredor agora... Não tinha pensado nisso antes, na verdade. Essa idéia surgiu em quanto eu escrevia aqui e percebi que talvez ficar escrevendo dentro do banheiro não seja a coisa mais normal do mundo, e nem bem vista pela sociedade.

Shorando sangue por True Blood e o fim de A Feast for Crows

Quase que tenho um parto hoje.

Primeiro, acordei no hotel e percebi, devido a um twit de Fred, que eu já havia perdido 10 minutos de True Blood. Liguei a TV e coloquei na HBO imediatamente, mas o canal não estava pegando... Até liguei pro serviço de quarto, pra alguém vir concertar, mas aí já era tarde. Shorey sangue.

Tudo bem, isso não é o fim do mundo, assistirei quando chegar em casa e essa semana sem falta vou ligar pra instalar DirecTV, que além de me dar todos os canais de filme que quero (eba!!!) ainda me dará acesso ao HBO GO, o app pra iPad/iPhone que está me fazendo morrer de inveja e shorar sangue desde que foi anunciado. Fico até com vontade de ter um iPad só pra ver os shows da HBO GO in demand na tela maiorzinha, porque assistir série no iPhone dá, mas é tenso.

Enfim, DirecTV, vc ganhou. Eu tinha até pensado em não assinar tv a cabo e começar a usar o NetFlix, mas desisti depois de hj. Quero minha DirectTV e quero meu HBO GO now.


A minha segunda mágua do dia foi com A Feast of Crows, o quarto livro da séria "A Song of Ice and Fire" de George R.R. Martin -->

Eu estou aqui, lendo meu livro tranquila, achando que ainda ia ter mais umas 200 páginas, que ainda ia rolar um capítulo com Jon Snow ou Arrya Stark ou Daenerys Targaryen... e cadê??? Esse foi o primeiro livro dos quatro que não teve início, começo e fim!!! Ele termina no meio mesmo, de forma bastante abrupta, tanto que o próprio autor escreveu uma nota no fim do livro dizendo que este livro seria a primeira metade da história e A Dance with Dragons seria a segunda.

Só que meu A Dance with Dragons está em Austin! E eu estou aqui em Miami e quero ler, capeta!!! Shorey sangue again.

Enfim. Tive que desabafar, e que lugar melhor pra desabafar do que meu bluóg?



É bom que terei mais tempo pra estudar, agora que não tenho nenhuma forma de entretenimento. Tirando o nerdcast... hehehe... ainda tem uns 8 episódios velhos no meu iPhone <3




Friday, September 2, 2011

about deliriums and asking your friends first

Delírio precisa mudar
Delirium needs to change

Eu deveria ter pedido pra @haffa_elo antes de desistir. Procurei essa imagem pela internet inteira ontem, mas não sei se as pessoas dão a verdadeira importância a essa cena. Eu também não ia achar em português, que é uma versão mt legal.

I should have asked @haffa_elo before I quit looking. I searched for this image on the internet yesterday, but I don't think most people (even the hard-core Sandman fans) give the proper value to this scene. And even if I had found it online, I wouldn't have found it in Brazilian português, which is a very cool version.

Ninguém sabe como eu soube ontem o que é perder o significado da palavra, que rola na lingua e vira som. Só som.

Nobody know like I knew yesterday what is to lose the meaning of a word, that roles in the tongue and transmutes itself in sound. Just sound. 

Eu adoro essa tira por causa do sentido que ela faz. Delírio tem que perder o significado da palavra pra poder usá-la. Com sentido ela não pode mudar, mas quando a palavra passa a inexistir e só o som sobrevive, "mudar" vira um delírio, perde o significado, e então a palavra entra no reino dela, e ela percebe que tem que mudar.

I love this strip because of the sense it makes for me. Delírium has to lose the meaning of the word to be able to use its meaning. If the word "change" has a meaning, Delirium can't use it, she cannot understand it. If "change" makes sense, she cannot change, but when the word becomes inexistant and just the sound survives, "change" becomes a delirium, loses its meaning, and so, just like that, the word enters her helm and Delirium realizes she has to change.

Todos temos que mudar o tempo todo. Mudar é viver. Só quem morreu é lembrado como era, pela metade.

We all have to change all the time. To change is to live. Only the dead are remembered as they were, only half of their truth.

O que é abandonar a língua materna? Abandonar o português é parte de me negar? Não sei. Não sei.

What does it mean to abandon the mother tongue? Is abandoning Portuguese part of denying my own self? I don't know. I just don't know.

sobre palavras, delírios e o passado

repeat the same word over and over and it loses its meaning
Egypt
Egypt
Ejípit
Êjipt

Contrast
Contrast
Contrast
Cron...
Contas...
Cron...
Contrast

time periods
time periods
times periods
times...
time...
time...
time period
times periods
time period

buuuuuurial
buwwwwwwrial
bééééérial
bérial
burial
burial
burial

I repeat the same word over and over. Over and over. Over and over. The sounds changes. What was a saying again? I don't know. I forgot. The meaning was just there, but then it lost. I never felt foreigner. Am I foreign? I am living here for two year. I know the streets, I know the smells, I know the language. Do I know the language?

No.

I don't like to talk in english. I don't mind writing, though. I am always shy to open my mouth and have my tongue stumble inside it.

Deveria eu escrever em português?

Não.

I stumble, I will stumble and that's part of it. Everyday it gets a little better, but it's never enough.

I remember when I started reading in english. How old was I? But nothing taught me any more english than my mute books. The mutes taught me how to talk. And I talk.

After I quit trying to speak english like a native, like a Texan, things made me thing about the past.