Wednesday, September 28, 2011

Anonymous... or not.

Hoje na UT, ocorreu uma "pré-estreia" do filme Anonymous com a presença do diretor (Roland Emmerich), roteirista (John Orloff), um especialista em Shakespeare lá (que eu acho que foi o consultor histórico do filme, sei lá... esqueci o nome do cara tb, se não eu procurava no google qual é a relação dele com filme), dois professores muito bons da UT (inclusive minha professora de literatura inglesa da formação à renascença) e dois atores da Actors from the London Stage que estão em residência na UT por uma semana.






Sobre o filme tenho várias coisas a dizer. Primeiro, existe um motivo pelo qual todos os acadêmicos especialistas em Shakespeare atribuem as obras de Shakespeare a Shakespeare. Existem evidência para tal. Claro, as evidências não são 100% conclusivas, mas existem poucas evidências conclusivas de coisa que aconteceram há 500 anos e ainda por cima na idade média, onde reinava um caos total, principalmente entre a classe fudida a qual Shakespeare pertencia.

Não vou mentir, a história do filme tem seu charme e o filme em si só, e deixando de lado discussões sobre o que se tem prova e o que é ficcionalizado, dá até pra divertir, apesar de eu ter sérias críticas à caracterização de Elizabeth I, do poder dos Cecil sobre ela e de outras aspectos trazidos no filme...

Mas o mais assustador não foi o roteiro do filme, e sim a opinião do diretor, roteirista e o historiador lá que eu não lembro o nome. Eles de fato acreditam que a versão deles da origens da obra de Shakespeare foram na verdade escritos pelo Earl of Oxford, que o Earl era filho bastardo de Elizabeth e que eles tiveram um filho (que também era neto de Elizabeth) que se tornou Earl of Essex. Uma loucura completa. Porque se já era difícil esconder filho bastardo pra homens, imagina para uma mulher que fica lá com o barrigão dela na lata, que ainda por cima é a rainha e só vive cheio de perú ao redor... E o filme sugere que Elizabeth teve vários filhos, o que eu já acho meio que forçando a barra, afinal de contas não existe documento nenhum falando de filho bastardo de Elizabeth. O que existe é uma suspeita de que ela teve alguns casos, mas isso fica só na suspeita mesmo.






Enfim, a plateia não engoliu muito os argumentos do filme, e o escritor principalmente ficou irritadíssimo porque não saiu todo mundo do filme querendo cortar o nome "Shakespeare" de suas cópias do livro e colar Earl of Oxford por cima.


Enfim, aqui está o trailer do filme:


3 comments:

  1. tenho que ter 2 comentários, se não fica "0 have spoken", e isso não é bom concordância verbal.

    ReplyDelete
  2. I gotta have at least 2 comments, or ele the comments say "0 have spoken", and that's not good grammar.

    ReplyDelete
  3. É cinema. Ponto. É ficção, mesmo quando fala de fatos que se acredita serem reais. Começa com ficção e parte daí para qualquer lugar. Li isto numa crítica a este filme em algum lugar na internet e achei a coisa mais sóbria a ser dita: entre na ficção e aproveite um filme em que a polêmica não está fora, mas dentro da trama ficcional. Confundir as duas coisas pode ser, na verdade, uma grande estratégia de marketing, mas, bem, levando em consideração as coisas que você disse e escreveu sobre o dito cujo lá que dirigiu o filme, ô sujeitinho trollador, viu? (risos)

    ReplyDelete