Uma vez eu li um livro sobre romances, mas ele só falava de haikus. É A Preparação do Romance, de Barthes, e ele sugere que todas as anotações sejam assim, forma curtíssima, já que nenhuma nota, por rápida que seja, conserva mais vida que um haiku bem arranjado, oposição entre verso intimista ou rabisco de cena ou de fala e chuvas e neve e pequenas ações, sempre pequenas ações, patas de bichos e olhares que não têm nada além deles mesmos: um pequeno momento. Os haikus de Bashô são fotografias que não amarelam nunca.
Teve um dia que andei pelo Allegheny Park, no caminho do hospital, e vi um menininho esperando a mãe terminar de conversar com uma amiga, perto de uma árvore. Gosto do tipo de anotação...
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Na manhã de outono Despencam folhas nos ombros: O menino se ri.
Uma vez eu li um livro sobre romances, mas ele só falava de haikus. É A Preparação do Romance, de Barthes, e ele sugere que todas as anotações sejam assim, forma curtíssima, já que nenhuma nota, por rápida que seja, conserva mais vida que um haiku bem arranjado, oposição entre verso intimista ou rabisco de cena ou de fala e chuvas e neve e pequenas ações, sempre pequenas ações, patas de bichos e olhares que não têm nada além deles mesmos: um pequeno momento. Os haikus de Bashô são fotografias que não amarelam nunca.
ReplyDeleteTeve um dia que andei pelo Allegheny Park, no caminho do hospital, e vi um menininho esperando a mãe terminar de conversar com uma amiga, perto de uma árvore. Gosto do tipo de anotação...
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Na manhã de outono
Despencam folhas nos ombros:
O menino se ri.
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